Ícone do site Sobreviva em São Paulo

Na despedida de Nicko McBrain dos palcos, Iron Maiden deixa público extasiado no Allianz Parque

Iron Maiden no Allianz Parque (foto: Piero Paglarin)

Iron Maiden sendo Iron Maiden: assim dá pra resumir o que foi o show da lendária banda britânica no Allianz Parque, em São Paulo, neste último sábado (7), encerrando a ‘The Future Past World Tour’ com dois shows sold out na capital paulista, tendo produção da MOVE Concerts. Na ocasião, a banda somou mais um show inesquecível para a memória de milhares de fãs vindos de todo o país, mas esta apresentação teve um fator que a torna especial diante das outras – e olha que a primeira foi em 1985: horas antes do show, o baterista Nicko McBrain anunciou que se afastaria da banda por conta da “rotina do estilo de vida de turnês extensivas” (segundo as palavras do próprio músico) e este show na capital paulista seria seu último em cima do palco.

Vale lembrar que o baterista de 72 anos, que estava na banda desde 1982, passou por um importante problema de saúde em 2023 e demorou meses para se recuperar totalmente.

Volbeat na abertura

A banda selecionada para aquecer o Allianz Parque antes do Iron Maiden subir ao palco foi o Volbeat, quarteto dinamarquês que faz um groove metal interessante, mesclando riffs pesados e cadenciados com vocais melódicos. Com um show competente, a banda liderada pelo vocalista e guitarrista Michael Poulsen arrancou aplausos e outras interações da plateia, certamente angariando novos fãs que estavam lá por conta da banda principal, mas tiveram uma agradável surpresa com o show de abertura.

Do setlist executado pelo Volbeat, destacam-se a músicas “Black Rose”, “Fallen” e “For Evigt”. “Shotgun Blues”, som que a banda vinha tocando nas últimas apresentações, não apareceu desta vez.

Volbeat no palco do Allianz Parque (foto: Piero Paglarin)

Iron Maiden

O sexteto liderado pelo vocalista Bruce Dickinson foi pontual e deu suas boas-vindas ao público com “Caught Somewhere in Time”, seguida por “Stranger in a Strange Land” e “The Writing on the Wall”. Logo neste início de show, entre uma música e outra, o público já começava suas homenagens a Nicko McBrain entoando cantos com seu nome, enquanto os telões laterais do palco exibiam o simpático baterista agradecendo sem parar. Cartazes com dizeres em tributo ao músico também eram vistos na plateia.

“Days of Future Past”, “The Time Machine” e “The Prisoner” foram os petardos que vieram na sequência. Acostumado a lidar com plateias brasileiras, Bruce Dickinson conversava com o público em muitos momentos e um dos que mais emocionou os presentes foi quando ele falou sobre a decisão de Nicko e ressaltou a qualidade do músico, mostrando o quanto seu agora ex-colega é querido.

É claro que Eddie, o famoso mascote e um dos principais símbolos da banda, deu o ar de sua graça em alguns momentos, chegando a trocar “tiros” de efeitos pirotécnicos com Bruce. Aliás, a pirotecnia foi um dos poucos elementos cenográficos evidentes na apresentação. Mas, se os adereços cenográficos elaborados das turnês anteriores e as típicas trocas de figurino de Bruce Dickinson entre as músicas deram lugar a cenários mais simples e poucas trocas de roupa, a energia da banda foi contagiante como sempre. O vocalista parecia um menino de vinte e poucos anos, e o quarteto de cordas, formado por Dave Murray, Adrian Smith, Janick Gers e Steve Harris, andando de um lado para outro a todo momento, não ficava atrás.

Iron Maiden (foto: Piero Paglarin)

Com uma sucessão de músicas festejadas e cantadas em coro pela plateia, o Iron Maiden cumpriu o objetivo de focar o setlist em músicas dos álbuns ‘Somewhere in Time’, de 1986, e ‘Senjutsu’, de 2021, tocando 5 faixas de cada, além de sucessos que não podiam faltar, como “Can I Play With Madness”, “Fear of the Dark”, “Iron Maiden” e “The Trooper”. Com isso, o público pôde prestigiar músicas que a banda não costuma tocar ao vivo, mas também pode ter sentido falta de músicas mais conhecidas que ficaram de fora – porém, nada que arranhe a magistralidade que Bruce e companhia costumam imprimir quando se apresentam em terras brasileiras. Em outras palavras, esclarecendo a primeira linha deste texto, o Iron Maiden foi Iron Maiden e, mais uma vez, entregou uma performance explosiva, enérgica, digna de reverências, surpreendendo um total de zero pessoas. Ainda bem!

Ao final de tudo, mais do que celebrar o que tinha acabado de ver, o público prestou suas últimas homenagens ao vivo para Nicko McBrain, que deixou um legado inquestionável e mostrou por que é um dos bateristas mais respeitados do heavy metal.

Confira o setlist tocado pelo Iron Maiden no show da ‘The Future Past World Tour’ no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 07/12/24:

Caught Somewhere in Time
Stranger in a Strange Land
The Writing on the Wall
Days of Future Past
The Time Machine
The Prisoner
Death of the Celts
Can I Play With Madness
Heaven Can Wait
Alexander the Great
Fear of the Dark
Iron Maiden

Bis:
Hell on Earth
The Trooper
Wasted Years

Foto de topo: Piero Paglarin

 

Observação: o Sobreviva em São Paulo não se responsabiliza por possíveis mudanças nas informações acima, que são válidas até a data de publicação.

Sobre o autor

Publicitário, especializado em Marketing e Comunicação Integrada. Amante da vida, encantado por pessoas e suas singularidades. Fã inveterado de filmes de terror, ouvinte assíduo de música jamaicana e rock pesado. E, claro: Vai, Corinthians!

[fbcomments url="https://www.sobrevivaemsaopaulo.com.br/2024/12/iron-maiden-deixa-publico-extasiado-no-allianz-parque/" width="100%" count="off" num="5"]
Sair da versão mobile