Um final de semana em que a brasilidade foi comemorada por completo, com samba, rock e rap. Teve dadinho de tapioca, cuscuz e bolinho de pirarucu. Muito Sol. Muita sombra. E muitas misturas. Foi assim que o festival Turá ocupou a área externa do Auditório Ibirapuera, no Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Vila Mariana), em São Paulo, no final de semana dos dias 24 e 25/06. Ao todo, 30 mil pessoas passaram pelo evento. Idealizado pela Time For Fun, uma das gigantes do entretenimento ao vivo atuantes no Brasil, o festival fez da sua segunda edição um movimento de convívio e ativação de memória afetiva. Assim, o Turá se estabelece no calendário de festivais de música brasileira mais esperados do país.
Sábado
O primeiro dia do evento, no sábado, começou com sol quente, deixando o cenário perfeito para uma tarde no parque, que permitia ao público fácil circulação e oferecia muitas áreas de sombra, com as redes nas áreas de descanso sendo bastante usadas pelo público presente.
A estreia do cantor e compositor Lucas Mamede em festivais deixou um marco neste primeiro dia, assim como a presença de Maria Rita e MC Hariel. A programação de DJs entre os shows funcionou de trilha sonora enquanto as pessoas exploravam as experiências proporcionadas pelo espaço, das comidinhas às ativações de patrocinadores.
O Turá concluiu o sábado com os shows de Zeca Pagodinho e de Jorge Ben Jor, dois artistas que estão no panteão da música brasileira e que tão bem representam a riqueza sonora do país.
Domingo
No domingo, o Turá também aconteceu com o sol a pino. Em uma tarde de calor, o público estendeu cangas pelo parque, criou rodas de dança e de troca. A banda Tuyo criou um clima de boas vindas para quem chegou cedo para aproveitar ao máximo a programação do dia, que contou com Delacruz (convidando BK’ e Luccas Carlos) e Pitty (convidando Marcelo D2 e Céu). A roqueira aproveitou o palco do Turá para apresentar, pela primeira vez em São Paulo, o show em que ela celebra os 20 anos do disco “Admirável Chip Novo” (2003), seu álbum de estreia.
Além dos DJs, que mais uma vez foram responsáveis por manter uma dinâmica sonora importante ao longo do dia, Joelma pareceu se divertir tanto quanto o público durante sua exibição — em que ela recebeu Mariana Aydar para uma participação especial.
A Discopédia serviu como esquenta para o show mais aguardado do dia: Gilberto Gil & Família. Foi a primeira vez que esta apresentação foi feita na capital paulista e encantou a todos não só pela beleza do repertório, mas também pela exaltação à ancestralidade e continuidade de uma obra. Em tratamento de um câncer descoberto em janeiro, Preta Gil participou do show com a aprovação da sua equipe médica. A artista foi ovacionada pelo público.
Responsabilidade social
O festival Turá 2023 prezou pela responsabilidade social ao executar campanhas de doações, acessibilidade e ações sustentáveis. Como forma de dar maior destaque a causas importantes, o evento evocou a importância do descarte correto de resíduos. O conceito de “aterro zero” buscou evitar o descarte em aterros, promovendo a redução, reutilização, reciclagem e compostagem. A neutralização de carbono, por sua vez, foi encabeçada pela Hering, uma das marcas patrocinadoras do evento. Foi realizada uma ação que acompanha o festival desde o ano passado e foi pensada como forma de reduzir o impacto ambiental, com a estimativa de compensar cerca de 269 toneladas de emissões de Gases de Efeito Estufa – em colaboração com a Jundu, plataforma que certifica e comercializa créditos de carbono para proteger ecossistemas em projetos que aceleram a transição para uma economia de baixo carbono.
A acessibilidade também foi presente no Turá, garantindo a inclusão de todos presentes por meio da tradução em libras e aparelho de audiodescrição. Um canal de atendimento via WhatsApp e fones de ouvido para pessoas com espectro autista também estavam disponíveis. Havia banheiros, bares e balcões acessíveis nas tendas de alimentação, além da plataforma elevada com visão para o palco. Cardápios em áudio também foram disponibilizados.
Futuro
Com tudo isso, o Turá sai de sua segunda edição com a missão cumprida de celebrar não só a música, mas a cultura brasileira. Tendo como ponto de partida a música, mas contemplando também outras manifestações que colaboram para a construção da rica identidade do país, como é o caso da gastronomia, o festival já começa a pensar em seus próximos passos para 2024.
Foto de topo: Flashbang
Sobre o autor
Piero Paglarin
Publicitário, especializado em Marketing e Comunicação Integrada. Amante da vida, encantado por pessoas e suas singularidades. Fã inveterado de filmes de terror, ouvinte assíduo de música jamaicana e rock pesado. E, claro: Vai, Corinthians!