O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Av. Paulista, 1578 – Bela Vista) – conhecido como MASP – anunciou ontem (20) o lançamento do projeto MASP em Expansão, que dá sequência ao crescimento exponencial de suas atividades.
A expansão acontece com a construção de um novo prédio, que integrará o complexo existente. A entrega está prevista para janeiro de 2024. Um dos objetivos é reforçar o papel do MASP como referência internacional e equiparar São Paulo a outras capitais culturais. O museu se tornará uma das mais modernas infraestruturas museológicas da América Latina.
Como forma de preservar e valorizar a história da instituição, o prédio já existente receberá o nome de sua arquiteta, Lina Bo Bardi, e o novo edifício carregará o nome do primeiro diretor artístico do museu, Pietro Maria Bardi (1900-1999). Estes nomes, combinados com o da própria instituição, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, que faz referência ao seu fundador (1892-1968), completam a homenagem ao trio fundador do MASP.
O novo prédio será integrado ao prédio original e irá contemplar 14 andares, ocupados por cinco galerias expositivas e duas galerias multiuso, representando um aumento de 66% de área expositiva do MASP. O edifício também abrigará restaurante, bilheteria, loja, reserva técnica, salas de aula e laboratório de restauro. Ao final da reforma, a área total do MASP será de 17.680 m² (hoje, são 10.485 m²).
Os ganhos da sociedade com a novidade envolvem a ampliação de acesso ao público, uma vez que será possível acolher um número significativamente maior de visitantes; uma nova e melhor estrutura para oferecer cursos e programas públicos (oficinas, palestras, seminários, formação de professores etc.); e um ambiente maior e equipado com as últimas tecnologias para o restauro e preservação de obras icônicas.
Por limitações físicas, pouco mais de 1% do acervo do museu é exposto atualmente. No total, o MASP possui mais de 11 mil obras, entre pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, abrangendo produções de todo o mundo. Esse é mais um aspecto que será impactado positivamente com a inauguração. “O acervo do MASP vem crescendo. Nosso plano é que o edifício Lina seja dedicado à exposição das obras que pertencem à coleção do museu, sobretudo nas áreas do subsolo. Já as novas galerias deverão ser ocupadas com exposições temporárias, todas com pé-direito alto e equipadas com sistema de climatização e iluminação de última geração”, conta Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP. “Atualmente, a programação do museu tem um cronograma apertado e esses espaços vão proporcionar um respiro maior no calendário e uma melhor organização na narrativa das exposições”, ele completa.
Uma parte essencial do projeto é a interligação subterrânea entre os dois edifícios, que será feita sob a rua Prof. Otavio Mendes – já autorizada pela Prefeitura de São Paulo. Outra transformação importante será a transferência da bilheteria para o prédio Pietro Maria Bardi, liberando o vão livre e devolvendo a este espaço a sua utilização como praça pública.
Um vídeo com o esboço do projeto de construção do novo prédio do MASP pode ser assistido abaixo:
O novo edifício terá os pavimentos junto ao chão totalmente transparentes, em diálogo com o vão livre, e os andares superiores revestidos com chapas metálicas perfuradas e corrugadas, que irão permitir uma imagem monolítica sem inviabilizar as vistas da paisagem e a entrada de luz natural através de aberturas posicionadas de acordo com as necessidades dos espaços internos.
O projeto busca soluções sustentáveis de modo a diminuir a pegada de carbono. O prédio terá iluminação em LED e automatizada, com redução expressiva no consumo de energia. Além disso, haverá uma fachada dupla que protege o edifício da radiação solar e sombreia as janelas, diminuindo a carga térmica interna. A malha metálica que revestirá o edifício permite que uma camada de ar se forme entre o edifício e a fachada externa, criando um microclima. Isso alivia o sistema de ventilação e climatização e reduz o consumo de energia.
O custo do projeto é da ordem de R$ 180 milhões e será totalmente financiado por doações de pessoas físicas. “O MASP em Expansão significa a maior operação de filantropia brasileira com apoio de famílias brasileiras, sem incentivos fiscais ou quaisquer estímulos governamentais”, define Ronaldo Cezar Coelho, presidente do comitê MASP em Expansão.
Para saber mais sobre o projeto MASP em Expansão, acesse masp.org.br/emexpansao. Para ficar por dentro de outras novidades do MASP, acompanhe o site oficial: masp.org.br.
Imagem de capa por Mike Peel em Wikimedia Commons
Observação: o Sobreviva em São Paulo não se responsabiliza por possíveis mudanças nas informações acima, que são válidas até a data de publicação.