Enfim, foi divulgada no último dia 2 (sexta-feira) a nova data de reabertura ao público do Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/nº – Luz): 31 de julho, com a exposição temporária Língua Solta.
Instalado na histórica Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa foi reconstruído após incêndio que o atingiu em dezembro de 2015. Um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma no mundo, ele promove um mergulho na história e na diversidade do idioma através de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos.
Em sua renovada exposição de longa duração, que ocupa o segundo e terceiro andares do edifício, o Museu vai apresentar experiências inéditas, como “Falares”, que traz os diferentes sotaques e expressões do Brasil; e “Nós da Língua Portuguesa”, que aborda a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). E serão mantidas as principais experiências que marcaram os quase 10 anos de funcionamento do Museu (2006 a 2015) – como a “Praça da Língua”, espécie de ‘planetário do idioma’, que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada em um espetáculo de som e luz.
A exposição “Língua Solta”
Com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos, a mostra Língua Solta revela a língua portuguesa em seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no cotidiano por meio de um conjunto de artefatos que ancoram seus significados no uso das palavras, como objetos da arte popular e da arte contemporânea, apresentados de maneira diversificada.
Ao todo, 180 peças compõem a exposição, que fica em cartaz no 1° andar do museu até 3 de outubro deste ano. Entre as atrações, a mostra terá algumas em que os visitantes poderão interagir, como o mural Zé Carioca e amigos (Como almoçar de graça), de Rivane Neuenschwander, que convida o público a escrever e desenhar em giz o que lhe passar pela cabeça naquele momento, numa parede transformada em base para histórias em quadrinhos.
Já nos primeiros metros do percurso, os visitantes terão contato com o embaralhamento proposto pelos curadores e que dá a tônica de toda a exposição, conectando a arte à política, à vida em sociedade, às práticas do cotidiano e às formas de protesto, de religião e de sobrevivência – sempre atravessados pela língua portuguesa. Cartazes de rua, cordéis, brinquedos, revestimento de muros e rótulos de cachaça se misturam em todo o espaço às obras de diversos artistas contemporâneos.
O projeto assume a língua como operador social que não somente reflete, como também reorganiza formas de vida. A mostra abriga, de modo intuitivo e lúdico, algumas das estratégias criativas que, estruturando imagens e objetos os mais distintos, sugerem e desdobram o poder que a língua tem de emancipar. “A gente entende que a língua é um espaço de disputa de poder e vai se refletir em questões várias do Brasil – de raça, de classe, de gênero e de geografias”, afirma a curadora Fabiana Moraes.
Os curadores destacam a obra de Maria de Lourdes, caruaruense, evangélica, que vende livros artesanais datilografados por ela mesma, a menos de R$ 1,00. Maria circula com um crachá com seu nome e a profissão autodeclarada de escritora pelas ruas da cidade, pouco preocupada com as estruturas culturais e mercadológicas que costumam chancelar quem pode ou não dizer-se escritor – numa forma involuntária de quase-protesto.
Língua Solta teve pré-lançamento no início de maio, durante a Semana Internacional da Língua Portuguesa. Entre os dias 4 a 7 daquele mês, um total de 160 pessoas conferiram a mostra em primeira mão, mediante emissão antecipada de ingressos pela internet. Entre maio e junho, a exposição recebeu a visita de escolas e instituições sociais da vizinhança do Museu, mediante agendamento prévio.
Fonte: Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo
Foto de topo: www.cultura.sp.gov.br
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