Apenas 14% do público que frequenta os estádios do Campeonato Paulista de Futebol é feminino, aponta o Datafolha. Diante desse número, os 16 clubes participantes do torneio em 2020 e a Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiram se unir em um movimento para ampliar a presença de mulheres nos jogos de futebol em São Paulo: o #ElasNoEstádio.
O conceito do movimento será o único tema de impacto social na competição em 2020 — a cada temporada haverá um mote específico. A ideia para este ano foi concebida a partir de duas pesquisas: uma quantitativa, do Datafolha, que apontou o baixo número de mulheres nos jogos; e outra, qualitativa, feita pelo Ibope/Repucom.
Encomendada a partir do desejo da Comissão de Comunicação e Marketing da FPF e Clubes em ampliar a presença feminina no futebol, esta última pesquisa foi realizada em dezembro, ouvindo três perfis de mulheres: as que não frequentam estádio, as que vão eventualmente e as assíduas nos jogos.
O resultado do levantamento do Ibope/Repucom indicou que o conceito familiar ou social de que o estádio não é local adequado para mulheres é um dos principais fatores para afastar o público feminino do futebol. E que, neste contexto, as mulheres entrevistadas relatavam que lhes faltava companhia ou incentivo de seu círculo social para frequentar os jogos.
Com este diagnóstico, FPF e clubes lançam o movimento #ElasNoEstádio, cujas primeiras iniciativas serão:
– Atendimento especial às mulheres nos estádios, para que possam relatar assédio, ofensas e violência. Nos jogos na capital, haverá, preferencialmente, delegadas para atender o público feminino;
– Abertura de um canal de comunicação exclusivo para mulheres darem sugestões, criticarem ou até mesmo denunciarem crimes ou ofensas: o e-mail elasnoestadio@fpf.org.br;
– Incentivo a coletivos e grupos femininos para que possam ir juntas aos estádios.
Além destas ações iniciais, , FPF e os clubes idealizadores da ação mapearão mais iniciativas que serão desdobradas ao longo do ano, a fim de atender os anseios do público feminino e proporcionar uma experiência mais atraente às torcedoras.
Fonte: Federação Paulista de Futebol
Observação: o Sobreviva em São Paulo não se responsabiliza por possíveis mudanças nas informações acima, que são válidas até esta data.