A sexta edição do Lollapalooza, que aconteceu neste último final de semana, contou com diversidade, atitude, polêmicas, gente cheia de estilo e atingiu o maior recorde de público com 190 mil pessoas em dois dias! O Sobreviva em São Paulo passou por lá e é claro que a gente conta as coisas mais marcantes que vimos pertinho pra você, confere ai!
O Brasil mandou bem
O Palco Axe abriu o Lollapalooza com duas atrações brasileiras e que mandaram muito bem: Jaloo e Baiana System. O horário de show de Jaloo parecia até ser ruim, afinal é aquela hora em que as pessoas ainda estão chegando, sentindo o clima do Festival, mas o paraense conquistou a todos com seu estilo tecnobrega e mostrou que foi pra animar a festa.
O mesmo se pode dizer da banda Baiana System que contou com a participação especial de BNegão, agitaram a galera com suas músicas de tom político como “ Lucro (Descomprimindo)” e várias rodinhas punks organizadas pelo próprio vocalista Russo Passapulso, como em “Playsom”.
Criolo também foi destaque por ter feito um show que impressionou e muito! O rapper apostou em repertório conhecido que o consagrou e mostrou o melhor que sabe fazer no Palco Axe: rap com atitude, reforçando temas como esperança em um país em crise e protestos contra o machismo, dando o papo reto para os caras respeitarem as minas no rolê.
A cantora Céu, única mulher brasileira a se apresentar no evento, fez um show com voz impecável domingo, no Palco Skol, contou com um público cativante que recebeu bem seu último álbum “Tropix” e suas músicas mais conhecidas como “ Malemolência”, cumprindo seu papel.
Gente animada
E falando nela, a paulistana também participou do show do Duran Duran, fazendo o dueto com o vocalista Simon Le Bon em “ Ordinary World”, que não foi tão empolgante, mas o show dela foi bom, então a gente perdoa.
Já a banda pop fez um show divertido, mas nostálgico. Eles não trouxeram uma das coisas que mais sustentam bandas de sucesso por tantos anos que é a possibilidade de se reinventar, mesmo sendo um clássico, nem os arranjos das músicas eram novos.
Ainda assim, eles tocaram bastante animados e isso fez toda diferença para o público dançar com seus hits dos anos 80, só faltou “Save a Prayer”, o que desagradou muita gente, mas no geral foi um show leve, animado e onde mais se via pessoas de todas as idades dançando.
Outra banda animada foi o Glass Animals que esteve pela primeira vez no Brasil. Os hits “ Gooey” ,” Poplar St” e o carisma meio excêntrico do vocalista Dave Bayley o tempo todo, contribuíram para a boa apresentação para um público alternativo.
Teve polêmica
Cage the Elephant foi uma das atrações mais esperadas do Palco Skol no sábado e eles fizeram um showzaço, sem discussão! O som da banda e o amor que o vocalista Matt Shultz demonstrava pelo Brasil fizeram com que o show fosse incrível.
A polêmica foi quando puxaram o tal o “ Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” na guitarra. Se foi atitude para alguns, foi uma polêmica desnecessária para outros, porque alguns entenderam como “ Olê, olê, olê, olá, Lolla, Lolla”. Veja só:
Teve punk rock
Outra banda que apareceu pela primeira vez no Brasil foi a banda punk Rancid. Eles tocaram no Palco Skol e embora fossem considerados “fora do ninho” no evento, mostraram que tem muitos fãs de carteirinha, daqueles que acompanham o quarteto desde a estreia do álbum “And Out Come the Wolves”, em 1995.
Shows de perder o fôlego
Todo mundo sabe, mas não podia faltar no nosso relato : os shows de perder o fôlego no Palco Skol foram SIM do Metallica e The Strokes, eles tocaram muito, vários hits inclusive, e era tão bom curtir o show deles que dava pra esquecer que você estava meio esmagado na multidão.
Aliás: pensa em bandas que já lotaram locais bem maiores sozinhos em um espaço dividido por 5? Este foi o problema, se o Lolla continuar mantendo essa pegada de um Festival grande terá o desafio de agilizar os espaços dos palcos nas próximas edições, porque nesta edição os palcos acabaram ficando pequenos para o número de gente que estas grandes bandas trouxeram.
Deboísmo e boas energias
Não menos importante, foi o deboísmo explícito nas redinhas pra galera fazer uma pausa, descansar entre um palco e outro e pessoas de várias tribos que contribuíram bastante para a energia boa do evento. Eram pessoas de todos os cantos do país que vieram pela curiosidade conhecer coisas novas e o que o Festival proporciona.
“ Pra mim, o Lolla é o encontro de diversas tribos e personalidades, a troca espontânea de energia e o respeito mútuo. A sensação de todos serem iguais, apesar de diferentes gostos e formas de se portar e vestir é maravilhoso! Estamos em busca de sentir boas vibrações e se divertir, sem se importar com o que vão achar e isso é incrível. ”, relata Anderson Xavier, analista econômico, de 23 anos, morador de São Paulo e esteve presente nos dois dias do evento.
Dizem que o Lollapalooza não é só música, é também uma experiência, agora entendemos os porquês.
Colaborou para esta matéria o colunista Piero Paglarin.
Imagens: Camila Cara Rossi e Brenu Galtier ( Lollapalooza Oficial)
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