Pouca gente entende a importância da doação de medula óssea. O processo é pouco divulgado, a importância é subestimada e muitos equívocos fazem parte da cultura popular por trás do caso.
A primeira pergunta a ser respondida é: o que é a medula óssea?
É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por ‘tutano’. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.
Quem vai receber essa doação?
Pessoas com doenças que comprometem o funcionamento da medula óssea, como doenças hematológicas, onco-hematológicas, imunodeficiências, doenças genéticas hereditárias, alguns tumores sólidos e doenças auto-imunes.
Ou seja: não é pra tratar um resfriadinho. A doação de medula é feita apenas para as pessoas que realmente precisam e, como você pode perceber, têm doenças não tão tranquilas.
O problema é que a chance de encontrar uma pessoa com a medula compatível é bem rara, podendo chegar a 1 pra cada 100.000. Isso se deve, em partes, pela pouca quantidade de doadores disponíveis.
Então está clara a importância do transplante, certo?
O problema é que muita gente acha que a doação dói horrores. Eu mesma, antes de pesquisar mais sobre o tema, imaginava um cenário típico de filmes de terror. Uma agulha enorme entrando na coluna a sangue frio. Mas não, gente… Não é assim.
Primeiro você precisa encontrar o hemocentro mais próximo de você. Em São Paulo, por exemplo, existe o Hemocentro Da Santa Casa, localizado bem próximo ao metrô Santa Cecília.
Depois disso você precisa agendar um horário (no Hemocentro da Santa Casa, o telefone para o agendamento é 2176-7249).
Chegando lá, o processo é bastante simples: será colhido uma amostra de 10 ml de sangue (praticamente a quantidade de uma colher de sopa) e você fará seu cadastro com informações pessoais. Pronto. Seu cadastro está feito.
Se você quiser aproveitar a viagem e o furo no braço para além do vidrinho da medula, também doar uma bolsa de sangue, é só avisar. Lembrando que a doação da bolsa de sangue não é obrigatória no cadastro da medula, mas é uma opção. Eu, particularmente, achei melhor não perder a viagem. Já doei as duas coisas juntas. O processo não dura mais que 30 minutos.
Mesmo sendo extremamente raro encontrar alguém compatível, as chances existem (e é por isso que estamos falando desse assunto, certo?). Se um dia alguém precisar da sua doação, você será convidado a dar andamento ao processo.
A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.
Ou seja: não é como a maioria das pessoas pensa. Não tem essa de colocar a agulha na coluna (ai que aflição!) ou de fazer tudo a sangue frio com muitos gritos. Não, não!
Pode ser que você entre para o cadastro de medula e nunca seja chamado, é verdade. Mas e se em algum lugar do mundo uma pessoa está precisando da SUA medula? Ninguém mais pode ajudar além de você. A vida de outro ser humano depende de você!
Isso sim é salvar uma vida, gente.
Compartilhar imagens de tragédias no Facebook não ajuda nada.
Esse é o meu cartãozinho de doação de medula 🙂
Fontes: GRAACC, AMEO e INCA.
Se quiser mais informações, não exite em pesquisar o quanto quiser. O importante é doar!
Pois bem! Façam o cadastro e ajudem a divulgar essas informações. Muita gente espera por ajuda <3
Atualizado em 02/2021
Foto por Ravi Roshan em Unsplash