Depois do natal (que é a maior festa do comercio), vem a época das trocas, entra ano e sai ano e esse período é muito marcado pelo grande número de presentes que foram dados de maneira “equivocada”, fora as clássicas lembrancinhas que quando podem ser trocadas também o são. Fato é que assim como o presente, as trocas de presentes também são acontecimentos certos na vida das pessoas.
Chega a ser constrangedor o recebimento de presentes nesses períodos, o desapontamento é nítido nos presenteados e o constrangimento no que presenteou fica evidente, tem gente que tenta acertar mas erra, tem os que tentam acertar mas erram muito; e os que compram o que estiver mais perto só para o presenteado trocar por outra coisa no mesmo valor. (Criando um vale presente de maneira disfarçada).
Trocar presente é tão tradicional quanto o pavê, e a troca pode ser tão constrangedora quanto a piada do pavê. O comercio ainda fatura mais nessas épocas, quando a troca não é pelo mesmo valor, tem comércios que fazem estratégias nessa época para converter as trocas em novas vendas.
Tudo isso é fruto da cultura do “presente”, criando uma obrigação gigante nessas datas comemorativas, sobretudo no natal. Como se o presente definisse o amor e o carinho pela pessoa presenteada. O que é sucesso para o comercio e desastre para a credibilidade da pessoa. Claro que todo presente é bem-vindo, mas é também uma oportunidade perigosa, pode decepcionar a pessoa com uma escolha ‘muito errada’. Sabonetes e Cuecas são escolhas que geram constrangimentos, mas são de ‘utilidade pública’.
Um presente deve ser simplesmente aceito e agradecido, saber que alguém se lembrou de você deve ser no mínimo, motivo para se sentir feliz. O presente não ter agradado é normal, errarem o tamanho acontece, o que é incomodo é essa obrigação de ter que presentear todos; por motivos familiares, interesses futuros ou por ter recebido presente e se sentir no dever de devolver na mesma moeda. Que não desmerece o presente sincero, aquele feito de coração, que pode não ser uma coisa física ou material. Um presente pode ser qualquer objeto ou sentimento, dado de coração. Uma obrigação não é mais um presente, é uma obrigação.
Sobre o autor
Marcelo Antunes
Defini-lo é difícil, se diz Escritor e poeta, com formação e atuação nas áreas de comunicação, mas na verdade é apenas um rapaz latino americano, que escreve para se libertar de seus pensamentos. Procura transcrever com palavras o que seus olhos registram e o seu coração sente. Literalmente.