“Diferentes idiomas” são bem comuns andando pela cidade, podendo encontrar diversos deles em uma conversa de mesa de bar, jantar familiar ou reunião de trabalho. Estou falando daquele sotaque diferente, ou algum tipo de dialeto.
São Paulo é uma verdadeira escola de idiomas ambulante, tem tantos sotaques diferenciados que creio que alguns são derivados de outros sotaques, tornando impossível classificar qual o endereço daquele sotaque. Alguns sotaques desafiam a lógica e a língua portuguesa. Sim! São muitos; fruto da população diversificada de São Paulo; que residem e passam ou passeiam pela metrópole. Tudo isso vem sendo fomentado durante 461 anos de São Paulo.
É uma coisa a ser estudada essa tal coisa de sotaque; mas que se pode tirar algumas conclusões primarias e amadoras. O sotaque paulista nativo tem suas manias como: acrescentar um i em quase tudo, Mais, Nóis, Faiz, etc. O nordestino: com sua fala mais arrastada, assim como o carioca puxa o S, transformando em um som de X, o Tchê do gaúcho, entre tantos outros que já foram desapropriados e, hoje são “sotaques” nacionais. Sem falar em palavras típicas, gírias regionais e a interminável discussão sobre biscoito ou bolacha?! (tá chato já).
O fato é que essa simbiose de sotaque é uma típica mostra que juntos somos melhores, mais linguísticos, linguados e linguarudos rs. Qualquer tipo de fala, atitude, crença, credo, opção sexual e sotaques diferentes, pode contribuir para uma evolução geral da espécie paulista. (Homo Paulistiens) Saber que nenhum sotaque é melhor que o outro, aliás, é muito subjetivo, se para o paulista o sotaque do carioca é engaçado ou lindo, ou fofo, ou chato, o carioca pensa isso do sotaque paulista. Quem sempre tem sotaque é o outro locutor. Pense nisso, você pode ser vítima da zoeira.
As diferenças fazem parte da vida e vem para dar mais graça, provocar a capacidade de diálogo e enriquecer culturalmente todos os envolvidos. Pessoas têm opiniões diferentes, ideais diferentes, gostos diferentes, não preciso concordar com o outro, São Paulo é uma cidade grande e rica culturalmente, tem espaço para todo o tipo de conversa e debate. É só procurar sua turma e procurar respeitar os demais.
Com toda essa “crise” paulista que vivemos, sobre as mais recentes mudanças da cidade, como bicicletas, carros, etc. Diferentes opiniões estão sendo debatidas, o que é muito bom para a chegar em um consenso. Não tem espaço para os sabem tudo, nem da maneira que se fala, nem da maneira que se pensa, isso atrasa o pensamento.
Não existe um certo ou errado, o que existe é sotaque. Apenas sotaque.
Sobre o autor
Marcelo Antunes
Defini-lo é difícil, se diz Escritor e poeta, com formação e atuação nas áreas de comunicação, mas na verdade é apenas um rapaz latino americano, que escreve para se libertar de seus pensamentos. Procura transcrever com palavras o que seus olhos registram e o seu coração sente. Literalmente.