Segundo estudo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em dezembro de 2014, 15,3% dos jovens entre 15 e 24 anos estão sem emprego. Nesta faixa etária, o índice chega em 6,8%; superior em relação a outras idades.
Em uma cidade onde tudo é tumultuado enalteço aqui a importância do primeiro emprego e do espaço para de fato ser um trabalhador brasileiro. A gente nasce e cresce numa cidade tão grande, tão maior do que nossos problemas e afazeres diários, que esquece que uma hora tudo isso vem à tona. A adolescência chega, o mundo complicado e real dá as caras e todo o surrealismo se desfaz. Com isso, entre tantas coisas que os jovens passam, está o primeiro emprego. Entrar de cara no papel de trabalhador, vestir-se e apropriar-se de uma nova rotina e postura. Ajudar seu país.
Acredito que o primeiro emprego seja a parte mais encantadora do “crescer”, do tornar-se o homem e a mulher do futuro. A responsabilidade e o comprometimento ganham espaço. O medo também. Ele chega de mansinho, toma conta de seu corpo, mas logo se esvai. A felicidade em fazer o que se gosta torna o medo e a ansiedade de primeiro momento, satisfação e realização duradouras. O emprego que é o número 1 pode não ser o mais requisitado, o mais perfeito no encaixe dos sonhos. Mas aproveita-se dele a experiência e a maturidade que ele traz.
Quando se saí nas ruas e sua cabeça não está disponível para olhar ao redor, o que se vê são apenas pessoas caminhando e seguindo para suas atividades, seus afazeres. Tomam os devidos rumos e fazem toda a economia e a vida girar e ganhar. Ganhar toda uma nova identidade e perspectivas que o trabalho traz. Lutar com unhas e dentes para conseguir realizar sonhos. Buscar ideias através de um dia que para você está apenas cinza.
Quando seus problemas forem grandes, mas não só grandes, mas em demasia talvez, olhe ao redor. Olhe em volta, para as mesmas pessoas de sempre, andando com suas pastas, ternos, camisas sociais, saltos, perfumes e passos firmes e ritmados. Apesar de seu mundo desmoronar, sua cabeça estar mergulhada em coisas duras e difíceis, o mundo não para. A vida continua. As pessoas continuam.
São desconhecidas, eu sei. Podem e não fazem parte da sua vida, da sua família. Não consolam suas fossas e suas frustrações. Elas só mostram que nada é maior do que realmente é. Que para um problema, um trabalho ajuda. Que para uma lágrima, o pingo de um suor aquece. Lutar não é lamentar, é andar pra frente. O primeiro emprego simboliza um começo, mas não só isso. É um palco para uma vida inteira, um andar e cair. Um persistir e crescer.
No trabalho você cresce. Torna-se alguém maior que os problemas, alguém que sabe lidar com eles de forma melhor e sensata. Claro que com ressalvas, nada é generalizado. Cada um é cada um, mas em minha mísera opinião, trabalhar ajuda o país a ser melhor, e principalmente ajuda você a ser forte e seguro. Ou ajuda a ser quem você simplesmente é.
O primeiro emprego é a prova de fogo e a maior certeza da independência sonhada. Todavia talvez não a plena. Porém, traz a você e a seu esforço diário um gostinho de quero mais. Caminhemos à independência e a vida madura e proveitosa.