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Cadê as mesas dessa cidade?

Estou em vias de comemorar meu aniversário, e pelo menos no meu caso, aniversário é uma data que você curte com amigos que você não vê há certo tempo, em um lugar legal, onde vocês podem conversar e colocar os assuntos em dia. Essa é a minha ideia de uma boa comemoração de aniversário: comida gostosa, cerveja, suco, amigos e alguns familiares.

Na hora de decidir o local sempre vem aquela dúvida absurda. Afinal, se levarmos em conta o preço das coisas e a necessidade de um salão onde caibam todos os convidados, fazer uma festa em casa hoje em dia é algo extremamente complicado. Daí o jeito é partir para um barzinho já que os restaurantes não oferecem o ambiente para um aniversário entre amigos, não é mesmo?

Ok. Fui procurar um bom local para juntar umas pessoas e celebrar meu aniversário. Eis que, depois de olhar aproximadamente 20 lugares ou mais em diferentes regiões da cidade, me deparei com um grande problema. O que foi que aconteceu com as mesas? Tá bom, talvez eu seja ‘’velho’’ demais, mas para mim aniversário se comemora sentado e conversando, não em pé andando para lá e para cá.
E sim, eu quero MESAS, mesas com 4,6 cadeiras, mesas que possam ser unidas para caber mais gente. Não estou falando de uma mesinha num pequeno canto e um local apertado, ou bancos altos encostados em um balcão de bar. Será que alguém ainda conhece ou sabe o que é uma mesa, realmente?

Passei por vários locais em minha busca, e a maioria deles agora se autodenomina ‘’pub’’, que virou moda. Para mim pub é um local sem atrativo nenhum. Eu não sou de beber muito, gosto de sentar calmo e conversar a noite toda. Pubs, pelo menos os que eu conheci, têm música alta, escassez de mesas (DOIS LUGARES POR MESA, SÉRIO?) e normalmente são bem apertados e entupidos de gente. Qual é a graça?

Gostaria que mais lugares oferecessem conforto para comemorar datas importantes. Que existissem mais lugares que estivessem preocupados com os diversos tipos de pessoas que podem frequentá-los (adoro aqueles locais que disponibilizam ambientes diversos, um para cada tipo de cliente).
Será que o gosto por sentar e conversar foi mascarado pelo desejo imenso por aperto e álcool? O que houve com os antigos bares? Seria maravilhoso poder entrar em mais lugares que ao invés de me entregarem um papel e cobrarem de mim uma entrada, viessem até mim por meio de um funcionário uniformizado, disposto, e a primeira pergunta fosse: “Mesa para quantos?”

Atualizado em 02/2021
Foto por daniel james em Unsplash

Sobre o autor

Um cara que é estudante de jornalismo (quase) dedicado, com uma barba ruiva que só vê barbeador (bem) de vez em quando e que gosta de tentar entender o que se passa pela cabeça das pessoas. Meio maluco, mas se entende com a bagunça que é sua mente, gosta de videogames e quadrinhos e é aficcionado por buscar explicações (não) científicas do mundo em que vocês acham que ele vive. Tudo isso enquanto toma uma xícara de chá e ouve discos de vinil de várias décadas atrás.

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