Já pararam para pensar em como costumamos a generalizar as coisas? Como por exemplo, os estilos musicais. Muitos já devem estar cansados de ouvir pessoas dizendo que odeiam rock, e cinco segundos depois estão falando o quanto amam o Queen.
Mas não é desse estilo que vim falar. Achei melhor falar de um que cria polêmica apenas de citado o nome: o funk.
É de praxe da nossa cultura falarmos que odiamos qualquer tipo de funk, mas será que alguém já parou para pensar qual a verdadeira história dele?
E é com esse intuito que venho mostrar para vocês a história desse estilo musical que vêm sendo tão denegrido ultimamente.
O funk surgiu através da música negra norte-americana no final da década de 1960. Ele se originou ou a partir da soul music, tendo uma batida mais pronunciada e algumas influências do R&B, rock e da música psicodélica.
O funk de 60: O indecente
No início, o estilo era considerado indecente, pois a palavra “funk” tinha conotações sexuais na língua inglesa. O funk acabou incorporando a característica, tem uma música com um ritmo mais lento e dançante, sexy, solto, com frases repetidas.
O funk de 70: O P-funk
A alteração mais característica do funk, na década de 70, foi feita por George Clinton, com suas bandas Parliament, e, posteriormente, Funkadelic. Tratava-se de um funk mais pesado, influenciado pela psicodelia, dando origem ao subgênero chamado P-Funk. Nesse período surgiram renomadas bandas como B.T. Express, Commodores, Earth Wind e Fire, War, Lakeside, Brass Construction, Kool e The Gang, etc.
O funk de 80: Fusões comerciais
A década de 80 serviu para “quebrar” o funk tradicional e transformá-lo em vários outros subgêneros, de acordo com o gosto do ouvinte, já que a música nesse período era extremamente comercial. Seus derivados rap, hip-hop e break ganhavam uma força gigantesca nos EUA através de bandas como Sugarhill Gang (na imagem abaixo) e Soulsonic Force.
No final dos anos 80, surgiu a house music. Derivado do funk, esse estilo tinha como característica a mistura do funk tradicional com samplers e efeitos sonoros eletrônicos.
A house music foi um novo fenômeno nas pistas de dança do mundo inteiro. Um pouco mais recente, o funk sofreu alterações para o lado do metal, com a fusão de guitarras distorcidas de heavy-metal com batida do funk através de bandas atuais como Red Hot Chili Peppers e Faith No More.
O derivado do funk mais presente no Brasil é o funk carioca. Na verdade, essa alteração surgiu nos anos 80 e foi influenciada por um novo ritmo originário da Flórida, o Miami Bass, que dispunha de músicas erotizadas e batidas mais rápidas. Depois de 1989, os bailes funk começaram a atrair muitas pessoas.
Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de duplo sentido.
Já deu para perceber que o funk não foi apenas aquela coisa apelativa que escutamos nas ruas do Brasil, mas começou sendo uma mistura de vários gêneros. Porém conforme os anos, ele foi se modificando até o que conhecemos hoje. Vale lembrar que a culpa dessa modificação é humana, e não do estilo musical em si.
E depois disso, me resta apenas uma pergunta: você ainda odeia o estilo musical do funk?