Peça teatral visa trazer à tona a história e realidade da mulher
A Cia Naturalis, grupo teatral paulistano criado em 2011, está prestes a realizar a temporada do espetáculo “Há Mulheres”, peça que tem o objetivo de mostrar, conscientizar e ajudar mulheres que passam por situações de extrema violência. Com estudos sobre o feminismo, a mulher no teatro, o teatro do oprimido e textos de Bertold Brecht, a peça visa tratar conceitos da mulher contemporânea revisitando a história da mulher na antiguidade, a Lei Maria da Penha e cenas do cotidiano feminino, trazendo à cena diversas personagens femininas importantes na dramaturgia teatral. Para a concretização desse projeto, a companhia precisa de colaboração financeira e, para isso, criou uma campanha em um site de financiamento coletivo.
Mas, antes de qualquer coisa, vale a pena conhecer um pouco mais sobre o projeto e o grupo, que faz questão de mostrar, por meio de números, a triste realidade que motivou a criação da peça:
“No balanço de 2014 da Central de Atendimento à Mulher, 43% das mulheres brasileiras são agredidas por homens.
A Organização Mundial da Saúde indica episiotomia (corte na vagina) em apenas 10% dos partos, atualmente 53, 5% mulheres são cortadas desnecessariamente durante o parto.
Somente em maio de 1933 as mulheres brasileiras tiveram o direito de votar e serem votadas.
O Anuário Nacional de Segurança Pública registrou que 143 mil mulheres foram vítimas de estupro no Brasil, correspondendo a 1 estupro a cada vinte minutos.
Mulheres recebem 28% menos do que homens para exercer as mesmas funções.
Para o Estado e a sociedade, existem somente 440 mil homens e nenhuma mulher nas prisões do país, só que uma vez ao mês aproximadamente 28 mil desses presos menstruam.”
O projeto da peça “Há Mulheres” consiste em 6 meses de ensaios, uma temporada com 6 apresentações em um teatro de São Paulo e apresentações gratuitas em espaços públicos da cidade, como escolas e bibliotecas.
A Cia Naturalis
Em agosto de 2011, um grupo de artistas se reuniu com a iniciativa de investir em pesquisas, leituras, discussões de textos e com o compromisso de se dedicar ao teatro. Surge então a CIA NATURALIS, sob direção de Poliana Pitteri.
Desde lá, foram realizadas as montagens de 3 espetáculos adultos. A peça de estreia do grupo foi “O Pacto”, com texto de Rodrigo Giacomin e direção de Poliana Pitteri. Foram feitas três temporadas, além da participação no circuito teatral de São Paulo e em festivais de teatro.
Em seguida, surgiu “Sui Cadere”, espetáculo inspirado em tentativas e realizações de suicídios, com texto de criação coletiva e direção de Poliana Pitteri.
Esses dois primeiros espetáculos seguiram a linha de trazer o público ao palco.
Em 2015, a companhia realizou a montagem de sua primeira comédia, o espetáculo “A Sombra do Monarca”, que contou com texto de Genivaldo Aleixo e direção de Renato Rodrigues.
Além das peças adultas, o grupo tem seu núcleo infantil, a Cia Anjos do Riso, onde são desenvolvidos espetáculos voltados para o público infantil e infanto-juvenil.
A Cia Naturalis realiza ainda, semanalmente, seu Grupo de Estudos. Nele, os atores da companhia discutem temas relacionados à arte, com enfoque na arte contemporânea, fazem estudo de mesa dos textos encenados e recebem artistas para bate-papos.
As atividades práticas desenvolvidas e estudadas pelo grupo são realizadas no Curso Livre de Teatro da Cia Naturalis, onde os alunos se inscrevem e participam das oficinas mensais da companhia.
Para ficar antenado nas novidades do grupo, curta a página oficial da Cia Naturalis no Facebook.
Como ajudar
Interessados em ajudar a companhia a realizar a peça “Há Mulheres” e, consequentemente, disseminar a cultura por meio da arte, podem clicar aqui e contribuir com o valor que puderem (em R$). No mesmo site, é possível visualizar a verba total almejada para a efetivação do projeto e os custos estimados de cada processo envolvido na produção, como equipe técnica e material de divulgação.
O grupo deixa claro que, desde seu início, trabalha de forma independente, sem patrocínio, verba pública ou qualquer outro tipo de contrapartida, e que conta sempre com o apoio do público.